sábado, 26 de abril de 2014

UMA MULHER INCOMPREENDIDA





Todas suas vizinhas a desprezavam.

Ela podia sentir, ao caminhar pelas ruas daquele vilarejo, os olhares se desviando dela, e ouvia os comentários maliciosos que lhe faziam pelas costas.

Por isso, evitava ao máximo os contatos sociais, não participando das atividades comuns das demais mulheres, daquele lugar.

Isso lhe doía muito, e a fazia pensar: mas eu não tenho culpa, eu sou a vítima nessa história...

Eu que fui enganada, vezes após vezes, com palavras doces e meigas, porém vãs, de quem me prometia abrigo, aconchego, segurança, um nome na sociedade, o respeito público.

Não uma, mas cinco vezes...

Cinco homens me usaram, aproveitaram-se de minha ingenuidade, querendo apenas minha beleza, meu corpo. E, depois, foram embora, deixando para trás minha vida em pedaços, meu coração esmagado...

A assim, decidi: não confio mais em nenhum. E também não preciso da amizade de nenhuma mulher desta cidade. 

Quero, simplesmente, viver minha vida. Por isso me tornei uma pessoa um tanto quanto ríspida: antes que me ataquem, eu percebo a maldade no olhar delas, e acabo com elas com palavras duras e ferinas. 

Sou assim mesmo, não meço minhas falas, se machucar alguém, problema dessa pessoa por ser tão sensível. Afinal, a vida é cruel.

Atualmente, outro apareceu, da mesma maneira: voz mansa, palavras meigas, carinhoso, afirmando que é diferente dos outros.

Na verdade, ele fala o que quero ouvir, e me trata como quero ser tratada!

Será que este é diferente? Será que quer mais do que meu corpo, quer meu coração, compartilhar sua vida comigo? Ser o braço forte que tanto preciso?

Entretanto, ele está comprometido com outra mulher...

Diz que não a ama, que ela o maltrata, o despreza, e por isso, está em processo de separação.

A princípio eu não quis, mas a forma como ele me trata... por isso, cedi, e estou com ele.

E agora, mais do que nunca, sou desprezada e odiada pelas outras mulheres.  
                               
Por isso prefiro andar só. Todas vão de manhã buscar água no “Poço de Jacó”, mas eu vou quando o dia está mais quente, pois sei que não vou encontrar nenhuma daquelas fofoqueiras presunçosas.

Mas, ao se aproximar do poço, ela avista alguém sentando nele: Jesus!

Certamente você já sabe de quem estou falando, nesta narrativa livre, uma verdadeira paráfrase da história contada por João em seu evangelho, capítulo 5.

Você sabe como continua a história: o diálogo que o Senhor tem com ela, não a menosprezando, mas retira camada a camada daquela “casca de proteção” que ela criou sobre si mesma. 

E atinge o seu coração, que se abre para a verdade de Jesus, crendo nele completamente!

Este relato nos ensina uma verdade fundamental, válida para mim e para você, nos dias atuais: Jesus, em seu tão grande amor, graça e misericórdia, se compadece de nós, e  se propõe a ter um encontro conosco, onde curará as nossas feridas d’alma, retirando-nos de dentro de nossa casca de isolamento e amargura, nos levando a um novo tempo de vida, livres de nossas prisões! 

O Senhor lhe diz, hoje: "Beba da água que eu tenho! Eu quero curar as tuas feridas!" 

Para tanto, você precisa lhe dizer a verdade, abrir o seu coração, tirar todas as máscaras, e assim, ser completamente curado pelo Deus de amor!


Pr. Paulo Grigório

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