sábado, 11 de outubro de 2014

UMA FRUSTRAÇÃO DESNECESSÁRIA


Gênesis 15.1-5

Observe aquele velho homem assentado dentro de sua tenda.
Sua expressão é de desalento.
Mas ele não é um derrotado.
Acabou de ter uma grande vitória: resgatou os prisioneiros de duas nações e seu sobrinho Ló das mãos de seus inimigos, que os levavam escravos para outra nação, bem como recuperou todos os bens roubados.
E isto com um exército formado com os seus próprios servos!
Além disso, Abrão era uma pessoa especial na Terra: fora agraciado pelo Senhor Jeová com uma promessa: sua posteridade se tornaria uma grande nação !
E a bênção de Deus já havia se mostrado na sua vida: ele era um homem muito, muito rico, possuindo rebanhos e servos.
Mas, apesar de tudo isto, Abrão estava triste.
Estava frustrado.
Frustrado por não ter filho.
Frustrado por que havia acreditado em Jeová, e há vinte anos atrás, por sua ordem, deixado a pátria e parentes, mas as coisas não haviam acontecido como ele esperava.
Frustrado por ver aproximar-se o dia de sua morte, pois já estava com uns 80 anos, e não ver o cumprimento da promessa divina.
Tão frustrado que já havia moldado a promessa de Jeová à sua situação: acreditava que não teria filhos e que seu herdeiro seria seu mordomo ...
Por isso ele estava triste e pensativo.
Mas... de repente, ele ouve uma voz:
“Abrão, não temas, eu sou o teu escudo; o teu galardão será muito grande.”
Abrão já sabia quem era, pois já era a quarta vez que ouvia aquela voz, apesar de já se fazerem alguns anos desde a última vez que Jeová lhe falara.
Imagine só: Deus pessoalmente falava com Abrão! Que privilégio ele possuía!
Porém, o velho Abrão não demonstrou alegria em sua resposta, mas deixou escapar tristeza em suas palavras:
“Ah! Senhor, o que me darás, se continuo a não ter filhos, e meu herdeiro será um escravo nascido em minha casa ?”
Que terrível expressão!
Ela revela uma grande decepção.
“- Deus, me darás alguma coisa? Serei uma grande nação?! Mas nem o 1º filho eu tive... Como se cumprirá sua promessa? “
“ - Veja, Senhor: já tenho 80 anos, e minha mulher 79. Não há como termos filho, isto é biológicamente impossível!
Portanto, esta história de que eu serei uma nação não vai dar certo. Jamais serei uma nação. Até o herdeiro de meus bens será um escravo meu, nascido em minha casa ...
Senhor, o que me darás nestas circunstâncias? O que podes fazer por mim agora? Será, que por acaso, não gostarias de retificar tua promessa?”
O homem questionava seu criador ...
Isto não acontece conosco, às vezes?
Não é verdade que chegamos a este estado de depressão por não vermos as promessas de Deus se cumprirem em nossas vidas?
Não chegamos a pensar em mudar as promessas, adaptando-as à nossa atual situação? Pensando que não entendemos o que Deus falou, ou questionando se realmente era Ele mesmo...
Ficamos cansados de esperar e não ver as coisas acontecendo conforme nossa programação. E por isso, nos recolhemos dentro de nós mesmos, mergulhados em profunda frustração, sem ânimo para prosseguirmos.
Somente queremos ficar ali, escondidos, curtindo a nossa dor.
Mas, quando Abrão estava neste estado depressivo, o Senhor não levou em conta seu atrevimento, pois via no coração de Abrão sua tristeza, e ternamente, mas com autoridade, lhe respondeu:
“ O seu mordomo não será o seu sucessor, mas um filho legítimo seu é quem o será”.
É como se Deus lhe dissesse: Abrão, pensa que o fato de você e sua mulher serem velhos, além dela ser estéril, é impecilho para mim? Acha que eu me limito por estas coisas? Pensa que eu, o Criador do homem, não posso operar uma reversão da velhice humana, uma regeneração dos órgãos procriadores?
E o Senhor, querendo renovar a fé do seu velho amigo, o conduz para fora de sua tenda, e lhe diz:
“Abrão, olha para o céu, e conte as estrelas, se puder. Pois assim será a sua descendência, numerosa como estas estrelas.”
Imagine o velho Abrão olhar para o céu, pontilhado de milhares de estrelas, e ficar boquiaberto, pensando:
“ Meu Deus! Eu e minha esposa ainda teremos um filho!
E além disso, ele me dará netos, e os netos me darão bisnetos, e assim sucessivamente, até que minha descendência será uma grande nação, numerosa com as estrelas que estou contemplando! Isto é maravilhoso!”
E assim, a fé e a esperança renasceram no coração daquele velho homem, que iluminou a sua face com um sorriso, revelando um coração repleto de novas perspectivas.
A partir daquele momento, ele entendeu a grandiosidade da promessa divina para com ele, e creu totalmente que teria descendentes, e não somente isto, mas que se tornaria uma grande nação na terra!

Deus fala com você, agora:

- Saia da sua tenda de tristeza, emerja deste lago de amargura, e olhe para o céu, venha contar estrelas!
Venha visualizar as minhas possibilidades, e esqueça das suas impossibilidades.
Pois Deus quer que tenhamos sempre uma visão ampla daquilo que Ele pode fazer, e não a visão mesquinha e limitada das nossas impossibilidades.
Venha, saia desta tenda.
Venha contar estrelas !
Vale a pena sair da tenda, para contar estrelas!